Humberto critica maratona de inaugurações de Eduardo no interior. “Tenta esconder o Governo Federal”
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou hoje (2), em discurso na tribuna do plenário, o comportamento do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de “esconder o Governo Federal” nas obras inauguradas e em andamento em Pernambuco.
Às vésperas de deixar o Governo do Estado, Eduardo Campos tem programado inaugurações de obras que receberam recursos da União, mas sem a participação de integrantes do Governo Federal.
Segundo o líder do PT, isso mostra que o governador, que deixa o comando do Estado na próxima sexta-feira, não tem tido uma contrapartida civilizada em relação ao governo da presidenta Dilma Rousseff (PT).
“Especificamente nessa reta final, em favor da própria candidatura à Presidência da República, o governador deu início a uma maratona torta de inaugurações, muitas delas de obras ainda inacabadas, onde não têm tido lugar a delicadeza e a justiça. São obras feitas com o dinheiro do povo brasileiro, inclusive do povo pernambucano, repassado ao Estado pela União, que o governador tem inaugurado como se fossem exclusivamente suas”, afirmou.
O senador lembrou que hoje mesmo a agenda do governador prevê que ele estará em Vicência, na Mata Norte do Estado, inaugurando a primeira etapa do sistema adutor do Siriji. A União investiu R$ 30 milhões na obra para beneficiar a população de sete municípios da região.
“Mas não houve qualquer comunicação ou convite ao Governo Federal. Essa agenda não foi construída nem com o Ministério da Integração Nacional, responsável pela obra”, destacou.
Humberto citou ainda o anúncio de inauguração do Museu Cais do Sertão, no Recife, que custou cerca de R$ 97 milhões, a maior parte desembolsada pela União. O empreendimento deverá ser inaugurado esta semana sem compatibilização com a agenda da ministra da Cultura, Marta Suplicy.
“Foi um projeto nascido do carinho e do empenho do presidente Lula para homenagear o grande artista pernambucano Luiz Gonzaga, e que teve os recursos garantidos pelos governos Lula e Dilma”, lembrou o senador. “E olhem que o presidente Lula, por mais de uma vez, transmitiu ao governador e disse à imprensa que gostaria muito de estar presente no museu Luiz Gonzaga, assim como a presidenta Dilma. No entanto, sequer a ministra da Cultura estará lá“.
O parlamentar finalizou o discurso registrando que desaprova esse tipo de comportamento, mal visto também pelo cidadão. “Quero dizer da certeza que tenho de que o brasileiro, acima de tudo, reprova esse tipo de postura e não é admirador da ingratidão”, concluiu.