Datafolha: Dilma cai 6 pontos e tem 38% das intenções de voto
Da Veja
Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que as intenções de voto na presidente Dilma Rousseff recuaram seis pontos desde o último levantamento, em fevereiro. Ela tem hoje 38% das intenções, ante 44% registrados na pesquisa anterior. Já Aécio Neves, do PSDB, aparece com 16% e Eduardo Campos (PSB), com 10%.
Apenas Marina Silva, com 27% das intenções de voto, conseguiria levar o pleito para o segundo turno se as eleições fossem hoje, indica o Datafolha. Marina cresceu quatro pontos desde o último levantamento. Aécio e Campos mantiveram-se estáveis. Votos brancos e nulos somam 20% e os indecisos, 9%.
O instituto avaliou ainda um eventual segundo turno entra Dilma e seus adversários: a presidente venceria Aécio Neves com 51%, ante 31% do tucano. Já em uma disputa com Campos, Dilma obteria 50% dos votos, contra 27% do adversário.
Embora indique vitória da presidente no primeiro turno, o levantamento deixa clara a insatisfação da população com o governo Dilma: 63% dos brasileiros acreditam que ela fez menos do que esperavam pelo país, ante 34% registrados há pouco mais de um ano. Outros 72% esperam que as ações do próximo presidente sejam diferentes das adotadas por Dilma.
O Datafolha ouviu 2.637 pessoas em 162 municípios. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada na Justiça eleitoral com o código BR 00064/2014.
Reação – Para o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), um dos coordenadores da campanha de Eduardo Campos, fica cada dia mais evidente a perda de confiança e credibilidade na presidente da República. “O Brasil parou de melhorar e tem enfrentado uma série de inconveniências na economia. Temos de considerar que a Dilma é 100% conhecida, muito diferente do Aécio Neves e do Eduardo Campos. Temos certeza de que o Eduardo vai crescer muito mais. O aumento no índice dos que desejam mudança é um bom sinal. Mostra que o Eduardo está caminho certo”, disse Albuquerque.
Já o líder do PT na Câmara, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (SP), afirmou que respeita a pesquisa, que retrata um momento, bom ou ruim. “A pesquisa mostra que a Dilma está muito bem. Salvo engano, está melhor do que Lula nessa época, em 2002. Fica claro que tudo o que estão fazendo na Câmara e no Senado com a Petrobras não está valendo a pena. E que a tentativa que fazem de destruir a Dilma não tem dado resultados. Vamos continuar nosso trabalho, pedir às bases que se dirijam às ruas e procurar outras formas de informação que não a grande mídia.”
Presidente do PSDB de Minas Gerais e um dos articuladores da campanha de Aécio Neves, o deputado Marcus Pestana vê na queda das intenções de voto na presidente um indicativo de que as eleições transcorrerão sob o signo da mudança. “O importante nesse momento é a clara percepção da opinião pública de que o ciclo de governo do PT se esgotou e que o país não vai bem e que portanto é preciso mudar o rumo”, afirma. “Há um clima inequívoco de mudança, em um cenário que se assemelha às eleições de 2002 e 1989”, complementou.
Ele disse não haver preocupação com o fato de Aécio não conseguir herdar o eleitorado que se afasta da presidente. Na visão de Pestana, tanto o candidato tucano quanto Eduardo Campos não ocupam o mesmo espaço que Dilma na mídia e, por isso, ainda não são vistos como alternativas para a população que deseja mudança. “O nível de conhecimento do Aécio e do Eduardo é bem diferente do dela. Dilma frequenta diariamente os jornais de TV e usa e abusa das redes e rádios e TV da Presidência. A tarefa da oposição é conseguir transformar, quando tiver os instrumentos de comunicação de massa necessários, essa insatisfação, esse desejo de mudança, em alternativa de poder. Essa é a nossa tarefa”, diz Pestana.