Danilo Cabral ganha força na disputa interna
Socialistas ligados a Danilo Cabral tem replicado a reportagem de Mirella Araújo e Luisa Farias, do Jornal do Commercio desta terça-feira.
Segundo a reportagem, diferente das últimas eleições, o PSB de Pernambuco não deve repetir a receita de uma escolha técnica para o pleito de 2022.
A tese tem sido defendida, inclusive, pelo governador Paulo Câmara, que foi fruto dessa estratégia ao ser lançado candidato pelo ex-governador Eduardo Campos, em 2014. Com a desistência do ex-prefeito do Recife Geraldo Julio, que seria a opção natural nesse processo, não seria viável lançar um nome desconhecido.
A expectativa é de que o PSB possa definir o seu postulante majoritário nas primeiras semanas de janeiro. A ideia é que no contexto nacional não haveria mais espaço para um “outsider” já que a pauta de negação da política – corroborada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018 – tem perdido adesão da população.
Dentro dessa estratégia orgânica, nomes como os dos deputados federais Felipe Carreras, Tadeu Alencar e Danilo Cabral – sendo este último com mais eco nas hostes socialistas – surgem para representar a volta do partido às origens, com um perfil político e de ligação histórica com a legenda.
Fora da bancada, o nome do secretário da Casa Civil, José Neto, também é lembrado na disputa pelo comando do Palácio do Campo das Princesas.
“O próprio governador irá escolher esse quadro político, que pode ser encontrado no meio dos deputados federais. Um nome que vem ganhando força dentro da bancada é o de Danilo”, comenta um aliado.
Se as “eleições de 2022 são discutidas em 2022”, faltando duas semanas para o ano acabar, o calendário já tem imposto o ritmo dos debates acerca dessa definição e isso vem sendo levantado pelos partidos aliados. O PT de Pernambuco desembarcou da Frente Popular após os duros ataques antipetistas do então candidato a prefeito do Recife, João Campos (PSB), vitorioso no segundo turno contra a própria prima, a deputada federal Marília Arraes (PT).
Entretanto, a aprovação do nome do senador Humberto Costa para ser o candidato do partido petista ao Governo do Estado, no último domingo (19), foi vista como uma forma de pressionar os socialistas a baterem o martelo sobre um nome alternativo ao de Geraldo. “O candidato será do PSB e não há nenhuma dúvida disso. Esse indicativo do PT é uma forma de instaurar um debate não só por uma definição do candidato a governador, mas quais serão os nomes que vão compor a chapa majoritária. É uma sinalização de que o partido pretende outros cargos”, avalia outro socialista, também sob reserva.