Coluna do Domingão
Vai dar pra ter eleição esse ano?
Aumenta no Brasil a defesa dos que entendem não haver como cumprir o calendário eleitoral e realizar eleições este ano.
A ideia é aproveitar o ano do coronavirus e fazer valer o que muitos já defendiam pelos custos e pelo trava país a cada dois anos: eleições gerais, para todos os cargos em 2022.
Para isso, atuais gestores, com direito à reeleição ou não, teriam mandato tampão de dois anos. Materializando o exemplo, nomes como Geraldo Júlio (Recife), Luciano Duque (Serra Talhada), José Patriota (Afogados), Sebastião Dias (Tabira) ficariam dez anos ininterruptos no poder. Outros tantos, seis, com direito à reeleição.
Claro, vai ter sempre quem critique e questione a medida, mas aparentemente ela é tida como razoável pela maioria da população. Numa enquete da Rádio Pajeú essa semana com dezenas de ouvintes , foram mais de 80% favoráveis.
E a defesa da medida não é tão complexa. Primeiro, se as projeções estiverem corretas, o pico do coronavirus no Brasil ainda está por vir. Dar andamento a uma campanha eleitoral nos municípios com segurança do risco afastado é imprevisível hoje.
Segundo, estimular campanha virtual em um país sem grau satisfatório de acesso à internet não parece razoável. Terceiro, e o mais importante: em um ano onde a projeção é de recessão profunda, queimar dinheiro do orçamento em uma eleição é descabido. Fazer ano que vem e depois, já se preparar para 2022, também é descabido.
A Bolívia foi o primeiro país a adiar o processo. Claro, seria daqui a pouco, em 3 de maio. Mas o Brasil logo também terá que tomar uma decisão racional, lógica, de defesa de um bem maior, tiradas as questões menores, como a política, que podem esperar.
A única possibilidade razoável de manter o calendário era se até junho a situação estivesse controlada. E, infelizmente, não parece o caso…
Anúncio fora de prumo
O prêmio de sem noção da semana vai para o vereador Naldo de Valdinho e a multidão que o esperava fora da Câmara de Santa Terezinha no seu anúncio de rompimento com Zé Vanderlei e pré-candidatura a vice no grupo de Gílson Bento. O que seria um fato importante virou um papelão pelo momento inoportuno.
Em tempo
A paciente de Afogados transferida para Recife com suspeita de Covid-19 tem quadro clínico bom e se comunica sem dificuldade. Ela já chegou a Recife e tem boas perspectivas de recuperação.
Mais jornalismo
A Rádio Pajeú amplia o espaço dedicado ao jornalismo a partir dessa segunda (23) em virtude das notícias sobre coronavirus e chuvas. Os programas da grade manterão plantão permanente de atualização das informações.
A rapidez de Corona
A distância entre Serra Talhada, que registrou o primeiro caso suspeito esta semana e a província de Wuhan, epicentro do coronavirus é de mais de 16 mil quilometros com dois oceanos e o continente africano entre eles. Em três meses, o vírus que surgiu lá pode ter nos atacado aqui. Rápido, não?
Tempos difíceis
O Presidente da Amupe, José Patriota, projetou queda de até 42% no FPM das cidades com o coronavirus, sem contar arrecadação própria. Contratados e prestadores de serviço podem não resistir à pandemia e perder seus postos de trabalho no país.
Frase da semana: “Vão para casa!” Da médica Clevia Ferraz em um carro de som na Praça Sérgio Magalhães, alertando pessoas amontoadas em um banco na Praça Sérgio Magalhães.
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