Cautela da oposição ao falar de candidato do PSB
do Diário de Pernambuco
Os dirigentes de partidos que farão oposição ao candidato de Eduardo Campos (PSB) nas eleições de outubro foram cautelosos, ontem, ao falar sobre a escolha do secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara, para encabeçar a chapa da Frente Popular. Tanto o presidente estadual do PTB, senador Armando Monteiro, quanto a dirigente petista, deputada estadual Teresa Leitão, preferiram não emitir opinião sobre a escolha.
Armando Monteiro disse que vai esperar o anúncio oficial para só então comentar o assunto. Em análise recente, o senador havia feito críticas à defesa dos socialistas de nomes com perfil técnico para a disputa em detrimento dos políticos. Ele lembrou que o governador Eduardo Campos, com perfil eminentemente político, tem uma gestão com resultados bastante positivos.
“Neste momento eu prefiro me resguardar, afinal, muitos nomes foram apresentados como certos e no final foram descartados. Quando o nome (de Paulo Câmara) for oficializado, vou dar minha opinião”, enfatizou Monteiro, que tenta o apoio do Partido dos Trabalhadores para enfrentar o palanque socialista, que terá o ex-ministro Fernando Bezerra para o Senado e o deputado federal Raul Henry (PMDB) para vice.
A presidente do PT em Pernambuco, Teresa Leitão, evitou comentários sobre que efeito terá a escolha de Paulo Câmara para a disputa estadual em relação ao lançamento ou não de candidatura própria do PT. A tese de aliança com o senador Armando Monteiro (PTB) é a mais aceita dentro do partido e tem aliados fortes como o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.
“As duas teses estão convivendo harmoniosamente dentro do partido. O anúncio do nome de Paulo Câmara será levado em consideração nas discussões, mas não será decisivo para a escolha que será feita”, explicou Teresa Leitão, lembrando que a posição dos petistas será tomada durante o Encontro Estadual de Tática Eleitoral do partido, no dia 15 de março.
Ela ressaltou, ainda, que a decisão será a que agrade à maioria dos petistas, de forma que mesmo a pessoa que for derrotada internamente no voto se sinta contemplada e, com isso, trabalhe pela eleição dos candidatos do partido. A prioridade do PT, em Pernambuco, neste ano, será a reeleição da presidente Dilma Rousseff por ser o estado do governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB).
PTB e PT integravam a base aliada do governador Eduardo Campos até o ano passado, quando o socialista rompeu com o PT para trabalhar o lançamento de uma candidatura própria para a disputa da Presidência da República. Sem perspectiva de apoio para disputar o governo do estado, Armando aproveitou a deixa socialista para anunciar apoio a Dilma e, com isso, tentar uma composição com os petistas para a disputa estadual.