Apoio sindical à chapa de Armando Monteiro
do JC Online
O ato político realizado pela Força Sindical para declarar apoio à pré-candidatura do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo do Estado foi marcado por discursos que tentaram desconstruir a imagem de “empresário-patrão” do petebista. Para Armando, que chegou a presidir a Federação da Indústria de Pernambuco (Fiepe) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a aliança simboliza a amplitude da chapa oposicionista.
“Sempre militei no sindicalismo patronal e estamos querendo dar a nossa candidatura um caráter não só de amplitude política, mas social. Mostrar que nós podemos construir alianças com outros setores da sociedade em torno de um projeto para Pernambuco”, disse Armando. Aos mais de 300 trabalhadores presentes no ato, em um hotel na Zona Sul do Recife, o pré-candidato reafirmou o seu compromisso com a geração de empregos e a capacitação profissional.
O senador comparou a aliança com a central, representante de 118 sindicatos trabalhadores no Estado, ao gesto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, quando convidou o empresário José Alencar (PRB) para a ocupar a vaga de vice na chapa à Presidência.
Enquanto o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT) defendeu a “digital” do governo federal nos empreendimentos realizados no Estado, coube ao pré-candidato ao Senado, deputado federal João Paulo (PT), e ao presidente estadual do PRB, Carlos Geraldo, reforçar a ideia de que não há contradição na aproximação entre os trabalhadores e Armando.
“Um dia (quando era metalúrgico) eu via só o lado dos trabalhadores. Noutro dia, na presidência da associação dos moradores, quando ganhamos uma padaria do governo Arraes para administrar, (…) eu comecei a sentir as dificuldades do pequeno e médio empresário nessa relação. Quando eu passei para o segundo turno nas eleições para prefeito, em 2000, (…) fizemos uma reunião e fiquei surpreso com a quantidade de empresários que tinha do setor da metalurgia, que eu fiz greve na empresa do pessoal. Achei meio estranho, mas eles me disseram que a melhor coisa do mundo é ter uma relação honesta”, relatou João Paulo.
De acordo com o presidente da Força Sindical e pré-candidato à Câmara Federal, Aldo Amaral (PRB), a decisão foi precedida pelo diálogo com os integrantes da central. Ele afirmou que chegou a conversar com o pré-candidato do PSB, Paulo Câmara, mas que não teriam entrado em acordo.
No ato, os sindicalistas iniciaram um debate sobre as demandas da classe, que serão compiladas em um documento para ser entregue a Armando, caso ele vença as eleições.