O bom e o ruim da Audiência Pública sobre saneamento global em Afogados
Positivo : a iniciativa da Câmara de Vereadores. Quando se questiona tanto o papel do vereador, a casa, capitaneada pelo presidente Augusto Martins deu uma bola dentro com a iniciativa. Todos os vereadores presentes contribuíram com o debate e o mais importante : apesar de limitado, o público presente se posicionou muito bem e deu a dimensão da pressão necessária contra as empresas MAF, executora da obra, Compesa e BEC Engenharia (foto).
A condição de ex-prefeito e engenheiro deu peso e autoridade à fala de Totonho Valadares, o mais contundente contra a empresa. Nestas horas, o velho estilo “digo o que penso” de Totonho fez muito bem ao debate. Provou que a população, no seu jeito, está com a mesma linguagem da engenharia, principalmente no questionamento à reposição de calçamento, no popular e no técnico, de péssima qualidade. Mostrar a Willian Guimarães, Engenheiro Civil e gestor da contrato da Compesa com a MAF, que ao contrário do que ele disse, era um grande erro esperar a compactação das valas cavadas com o calçamento aberto valeu o ingresso.
As falas do público antes dos vereadores : a decisão de Augusto foi acertada. Como Audiência Pública não tem status de sessão formal, o povo pode falar na sua casa. Cada um a seu modo – inclusive os integrantes da imprensa – deu detalhes precisos dos desmandos da obra em Afogados.
Negativo : a decisão de Augusto Martins de não formalizar convite à Prefeitura criou um mal estar para o prefeito Patriota e equipe. A Prefeitura tem sim sua parcela de responsabilidade, pois tem poder de fiscalizar e tomar medidas quanto à execução do serviço. Mas não tendo sido convidada, não teve como dar detalhes por exemplo, de como será a reunião nesta quarta com MAF, Codevasf e Compesa. Obviamente não foi intencional. Augusto queria uma presença espontânea de todos. Mas como parte no problema e na solução, o executivo deveria ter sido convidado. A ausência da MAF também foi ruim para já era esperada. Correm do povo como o diabo da cruz.
