Quintal produtivo é exemplo de convivência com o Semiárido e respeito à natureza no Sertão
Apesar da estiagem, agroecologia transformou a vida da família de Dona Aparecida em São José do Egito
Quem já não ouviu falar de que os recursos naturais não são inesgotáveis? Passamos a vida escutando, lendo e vendo em algum noticiário. Mas são poucos que levam a sério e transformam seus hábitos por um mundo sustentável.
Em Cachoeira do João, São José do Egito, Sertão de Pernambuco, a agricultora Aparecida Santos, 45 anos, olhou em volta e percebeu que tudo no planeta tem retorno. Sem o uso de agrotóxicos nem defensivos naturais, fez do seu quintal produtivo um exemplo de respeito à natureza, que lhe respondeu positivamente.
Em uma área de aproximadamente meio hectare, a agricultora cultiva uma grande variedade de frutíferas, hortaliças e ervas medicinais, além de mudas nativas produzidas para o Projeto Mulheres na Caatinga, que está sendo executado pela Casa da Mulher do Nordeste, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Além de garantir a soberania e segurança alimentar da família, o excedente da produção é comercializado na Feira Agroecológica de São José do Egito.
‘’A agroecologia mudou minha vida. Antes do quintal eu passava até seis meses sem ir à feira porque não tinha dinheiro, agora vou toda semana e posso comprar o que preciso pra minha casa”, diz orgulhosa.
Os últimos anos sem chuvas não desanimaram a agricultora que acessou um recurso e pretende expandir a área de produção. A água vem de um poço amazonas e chega às plantas através de microaspersores, sistema implantado pela Casa da Mulher do Nordeste. “O açude secou e hoje a água é pouca, mas a gente economiza. Acessamos um recurso do fundo rotativo da associação e estamos ampliando o espaço do quintal. Vamos plantar ainda mais”, comemora com entusiasmo.
Dona Aparecida participa do Grupo de Mulheres Vivendo e Aprendendo, da Associação Comunitária dos Produtores Rurais de Ladeira Dantas e da Associação Agroecológica do Sertão do Pajeú (AASP). Já esteve em cursos e formações em agroecologia e aproveita o que aprendeu para construir uma vida melhor para ela e para a família.
Por Juliana Lima – Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste