Petista diz que prefeituras reclamam, mas falta gestão
Nill Júnior e leitores do seu blog,
Segundo a fala do presidente da Amupe na defesa das prefeituras do Estado, os recursos são poucos, os municípios estão sobrecarregados. Enfim, não há dinheiro.
A Amupe, como entidade representativa dos municípios está certa em sempre ir atrás de benefícios e vantagens aos seus filiados. No entanto, a sociedade precisa conhecer os dois lados da moeda, de modo que posso afirmar com fatos e dados oficiais que esta luta, da forma como é conduzida, é mais inglória do que parece. E baseada numa premissa falsa.
Primeiro, basta uma simples pesquisa aos valores do FPM. Para sermos mais justos com o último movimento do dia 11 de abril, vamos analisar o FPM repassado no dia 10 de abril.
Nesta data, os municípios de todo o Brasil receberam sua primeira parcela do mês de abril do FPM e ela foi 11% (onze por cento) maior que em 2013.
No acumulado do ano, o aumento está exatamente em 6,6%.
Paralelamente à essa constatação fundamentada em números oficiais, não precisamos nem sair do Sertão do Pajeú, para termos a certeza de que os recursos dos municípios estão sobrando ou são mal utilizados.
Temos Buffet contratado pela prefeitura pelo valor anual de R$ 380 mil, escritório de Advocacia, via Amupe, por R$ 170 mil por ano, transporte escolar em pau-de-arara por R$ 3 milhões e 100 mil reais – cuja meta do empresário em 2013 era se adequar à Lei, tudo isto em Afogados da Ingazeira, cidade administrada pelo presidente da Amupe.
Em São José do Belmonte, vemos a contratação emergencial de noventa dias de transporte escolar da mesma empresa contratada em Afogados da Ingazeira, pela bagatela de R$ 750 mil reais, vide o Diário Oficial do Estado de 18 de março.
Em Ingazeira, cidade paupérrima, o cantor Léo Magalhães foi contratado pela Prefeitura, por R$ 130 mil.
A Amupe, que em outra oportunidade abertamente se declarou contrária ao piso do magistério, se equivoca quando se confunde com um sindicato, pautando sua luta mais recente em uma falsa premissa que é a falta de recursos.
Daí eu pergunto: está faltando dinheiro ou está faltando gestão ? Está faltando dinheiro ou está faltando responsabilidade aos gestores, para inverterem as prioridades ? Fica a reflexão.
Emídio Vasconcelos – vice-presidente do PT – Afogados da Ingazeira