Pacto de convivência: o encontro Aécio/Eduardo
Blog de Gerson Camarotti
Relato obtido pelo Blog da conversa de três horas entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), na casa do governador de Pernambuco, indica que os dois fecharam um pacto de convivência para a eleição desse ano. De forma pragmática, eles constataram que, neste momento, um depende do outro para garantir o segundo turno. E que, portanto, seria um erro qualquer movimento para tentar destruir qualquer um dos dois. ‘Um precisa deixar que o outro respire’, resumiu um dos participantes do almoço, no bairro de Apipucos.
O alerta com o ‘Volta, Lula’ – Os dois também demonstraram preocupação com eventuais mudanças no quadro eleitoral. Convergiram que é preciso ‘que o atual momento de Dilma nas pesquisas seja mantido para evitar o fortalecimento do movimento dentro do PT pelo ‘Volta, Lula”, numa referência à possibilidade de o ex-presidente entrar na disputa pelo Palácio do Planalto no lugar de Dilma. Eles chegaram a analisar o cenário com a substituição de Dilma por Lula. ‘Mas isso seria uma constatação de que houve um fracasso do projeto do PT’, observou um dos interlocutores.
Momento de descontração – Logo em seguida, houve um momento de descontração entre os dois presidenciáveis. Num cenário eventual em que o tucano e o socialista estivessem no segundo turno, um dos presentes perguntou como seria a disputa. ‘Você que é mineiro, Aécio, fica com a Dilma. E eu fico com o Lula que é pernambucano’, brincou Campos. ‘Aí, eu fico no prejuízo’, respondeu Aécio.
Palanques regionais – Outro momento importante do encontro, foi a análise detalhada dos palanques regionais. Além de Minas Gerais e Pernambuco, onde os dois já acertaram um palanque único, Aécio e Eduardo analisaram a situação em 12 estados, inclusive em casos em que podem apoiar um terceiro nome, como o palanque da senadora Ana Amélia (PP), na disputa do Rio Grande do Sul.
Crise energética e economia – Também foi feita uma análise detalhada dos principais temas nacionais que serão debatidos na campanha. A avaliação conjunta é que a crise energética deve ocupar a pauta da eleição. E que o atual cenário da economia com pressão inflacionária, gera preocupação do mercado financeiro internacional, também será tema dos debates.