Opinião: Os Cucos, o PT e o Mais Médicos
Por João Veiga*
Os Cucos tem pés bem fortes para poderem segurar-se nos ninhos que foram feitos para aves bem menores e a casca dos seus ovos é muito resistente, para que possam ser jogados de longe, sem se partirem.É o passarinho do relógio – Antigamente os relógios de parede vinham com um mecanismo em que, a cada hora, abria-se uma portinha e saía dela um passarinho (de madeira) e cantava as horas – cuco, cuco, cuco.
A fêmea do cuco, põe seu ovo no ninho de outro passarinho, e para isso ela tira um dos ovos do ninho e come, e no lugar põe o seu ovo. As vezes, quando o ninho é muito vigiado, aproveita o menor descuido e lança seu ovo de uma certa distância.
O objetivo disso é que outra família de passarinhos crie seu filhote.
Quase sempre, os ovos dos Cucos são parecidos com os das espécies que parasitam. O bebê cuco demora 12 dias pra nascer e, com 8 a 10 horas de vida, as crias de Cuco expulsam do ninho os ovos ou as crias que ja estavam no ninho, ficando sozinho, tem mais espaço e os pais “adotivos” tem mais facilidade para alimentar uma única cria, que quase sempre é bem maior do que eles mesmos.
Com 19 dias de vida os filhotes de Cuco estão prontas para abandonar o ninho. Reproduzem-se pela primeira vez com um ou dois anos de idade.
As vezes nascem 2 cucos ao mesmo tempo e no mesmo ninho – de ovos postos por 2 fêmeas – e a luta pelo lugar acontece de uma forma muito
mais violenta porque ambos são possantes e determinados, podendo ocasionar a morte dos dois por cansaço.
Os verdadeiros cucos, da família dos cuculídeos, têm uma característica singular: o parasitismo de criação, como o Cuco Canoro (Cuculus Canorus) e o Cuco Rabilongo (Clamator Glandarius).
A história do Cuco parece muito bem com as ações do PT nesses 12 anos de “gestão” do Brasil.
Eles são fortes, são resistentes as verdades, são capazes de tudo: de “comer os ovo”, ocupar o ninho e matar o filhote deles e dos outros.
Para melhorar as ações básicas de saúde como a assistência no parto, no programa de vacinação, tuberculose, Hansem entre outras, o Ministério de Saúde do Brasil cria o Programa de Saúde da Família (PSF) em 1994, ou seja, não foi o PT que criou.
Cada equipe do PSF era composta de um médico clinico geral ou generalista, uma enfermeira, um técnico de enfermagem (ou auxiliar, na época), 6 agentes de saúde e posteriormente somou-se a equipe de saúde bucal composta de um odontologo e um técnico.
Em 1994, no primeiro ano, foram criadas 328 equipes em 55 municípios no Brasil, Camaragibe-PE foi um dos município pioneiros.
Em 2002, último o ano da gestão FHC já havia 16.700 equipes no Brasil, em 4.200 municípios e atendia a 55 milhões de brasileiros.
Vale ser registrado e provado que não foi o PT que “inventou” o PSF ou a Atenção Básica.
No final dos 8 anos de Lula, e com muitos técnicos remanescentes da gestão José Serra, o PSF amplia-se para 31.600 equipes em 5.300 municípios. Nos 8 anos do governo Lula, foi ampliado para 1.100 municípios, com14.900 novas equipes do PSF.
Nos 3 anos e seis meses do governo Dilma foram criados 3.000 novas equipes em todo Brasil.
A média anual de criação de equipes do PSF na gestão FHC foi de 2.066 equipes por ano, na gestão de Lula a média foi de 1.870 equipes por ano e na gestão Dilma caiu para 1.018 equipes por ano.
Sabendo dessas contas na atenção básica, os hospitais universitários federais abandonados em todo Brasil, basta ver o HC/UFPE e do Trauma em Petrolina, aumento das doenças negligenciáveis, aumento de mortes por conta dos eventos de transito (61 mil mortes em 2013) e recrudescimento do Sarampo em alguns estados e aas pesquisas mostrando a insatisfação da população em relação a assistência a saúde, o que o governo cria? O Mais Médico.
O ministro Padilha cria o programa Tampão Mais Médico com a meta de contratar de forma precarizada e por tempo limitado 16.000 médicos para o PSF.
Como nos 12 anos do PT as ascolas de medicina nunca se prepararam para formar médicos generalistas para atuar na atenção básica, a solução “emergencial e politiqueira” é convoca “médicos” cubanos e pra isso, são obrigados a “passar por cima das leis” de Revalidação de diploma, que na América Latina são não é cumpridas na Venezuela e Brasil, e no mundo nem se cogita aceitar um estrangeiro dizendo que é médico com aval de uma ditadura.
Com 6.600 médicos do Mais Médicos, sendo mais de 80% cubanos, que se não fugirem para Miami, voltaram para o pais dos Castros, ações na atenção básica, que devem ser permanentes, não passaram de um tampão para o momento político de reeleição.
*João Veiga é médico natural de Tabira, já tendo ocupado a Secretaria de Saúde de Olinda e coordenado o Comitê de Prevenção de Acidentes com Moto no Estado.