Lula “volta” à Pernambuco para reforçar Dilma e Armando
do Diário de Pernambuco
Depois de passar quase três anos sem vir a Pernambuco, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passará dois dias (13 e 14 de junho) em maratona pelo estado para ajudar a embalar a pré-campanha do senador Armando Monteiro Neto (PTB) ao governo estadual e do pré-candidato ao Senado pelo PT, João Paulo. A visita também será um termômetro de como anda a relação do ex-presidente com o ex-governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB).
Esta será a primeira vez que Lula vem ao estado sem ter Eduardo como anfitrião.
Lula desembarcará em Pernambuco com a presidente Dilma Rousseff, em voos separados. Ele terá compromissos políticos – não adiantados por sua assessoria – e participará de um evento ao lado de Dilma e Armando Neto à noite, fora de horário de expediente.
A visita antecipada do ex-presidente a Pernambuco segue uma linha estratégica montada por ele e pelo comando da campanha de Dilma. Nos bastidores, a visita “casada” com a da presidente é uma tentativa de abafar o movimento “Volta, Lula” e enfraquecer seus dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos. Além de Pernambuco, a dupla visitará mais cinco estados, todos por motivos particulares, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul.
A visita do ex-presidente foi confirmada ao Diario pelo Instituto Lula, que não adiantou os municípios que serão visitados pelo petista. A data da visita foi repassada pelo senador Humberto Costa.
Cogitado como coordenador da campanha petista no Nordeste, Humberto Costa negou, contudo, a hipótese de a visita da dupla ser uma forma de por fim ao movimento “Volta, Lula”. “Não vejo assim. Eles vão colocar a eleição na pauta nessa pré-campanha. A nossa expectativa é positiva. Que a gente possa fazer algo que movimente fortemente o estado”, adiantou o petista, líder do partido no Senado.
A última vez que Lula veio a Pernambuco foi em 2011. Ele já não era mais presidente, porém recebeu três títulos de Doutor Honoris Causa de três universidades. Naquela época, Lula e Eduardo eram aliados. O socialista estava no primeiro ano de seu segundo governo, enquanto Lula surfava em popularidade em virtude de investimentos federais trazidos ao estado e conduzidos em parceria com Eduardo, como o Estaleiro Atlântico Sul e a Refinaria Abreu e Lima.
O ambiente será outro, agora. Na semana passada, o ex-governador chegou a rebater queixas de Lula, que declarou nunca ter visto uma presidente ser tão atacada como Dilma. “O Brasil é quem é vítima da Dilma porque ela prometeu e não entregou. A Dilma é a culpada e a vítima é o povo brasileiro”, disse Eduardo.