Jarbas Vasconcelos: “fiz a opção correta”
do JC Olinda
Baixada a poeira após o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) anunciar que não iria tentar a reeleição, as explicações vêm a público. Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã de ontem, o parlamentar procurou esclarecer as razões que o levaram a desistir de uma candidatura majoritária.
“Era difícil ir atrás do voto ombro a ombro, o rame-rame. Voltar ao Agreste todo, aos sertões. Não tinha disposição para isso. Era preciso estar preparado para ouvir a cobrança de que eu não estive ali durante sete anos e agora vinha para pedir voto para reeleição”, confessou o senador.
Com um discurso nacionalizado e distante da base durante todo o mandato, lembrou da dificuldade que teria de se apresentar com um pré-candidato ao Governo como Paulo Câmara, sem força política e ainda desconhecido. “Imagine ir agora para o Sertão para um candidato que precisa aparecer, e eu afastado (das bases). Eu fiz uma opção absolutamente correta, racional”, completou.
Quando anunciou a sua desistência, Jarbas recorreu à frieza de uma nota oficial, sem aprofundar os motivos da sua decisão, envolta por muita especulação. Sabe-se que ela aconteceu depois de conversas com aliados, entre eles o ex-governador Eduardo Campos (PSB). Ele contou que o socialista teve a “decência” de dizer que não ia discutir a sua candidatura.
“Disse a ele que não tinha mais disponibilidade de ir à cata de voto, atrás de prefeito, brigar com prefeito, atrás de vereador. Teria que ir a todos os municípios e principais distritos”, recontou. Foi só após ceder à “pressão do partido”, que se decidiu a tentar uma vaga na Câmara Federal. “Campanha proporcional é muito mais restrita. Vou concentrar na RMR e tentar completar com alguns municípios. (…) Quero tentar me eleger de uma forma confortável, se for possível”, disse.
Jarbas afirmou ainda que não se incomoda que o PSB faça comparações entre o seu governo e o de Eduardo Campos. “Que governo não quer comparar? É possível que (Eduardo) tenha andado mais porque ele teve muito apoio de Lula, ajudou em termos de recursos para Estado. Se for comparar, Pernambuco teve mais recursos do que no meu período”, comentou.
Disse, ainda, que vai juntar os “dissidentes” do PMDB, como o senador Pedro Simon (RS), em apoio à candidatura presidencial de Eduardo Campos. Sobre a eleição no Estado, elogiou a competência dos pré-candidatos Paulo Câmara e Armando Monteiro (PTB): “Os dois conhecem o Estado, tem dimensão, tem competência. Mas política tem lado. Acredito que será um pleito de alto nível”.