Exportação virtual salva exportações de Pernambuco e do Brasil
do JC Online
A P-62, plataforma produzida no Estaleiro Atlântico Sul para atuar na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, salvou as exportações de Pernambuco e de todo o Brasil. Apesar de ser uma encomenda feita pela Petrobras e ter sido construída no polo naval de Suape, no Litoral Sul, a P-62 foi registrada no Panamá para pagar menos impostos. Como ela vale a bagatela de US$ 1,154 bilhão, mudou drasticamente o cenário das exportações de Pernambuco e do País.
Exportações virtuais de plataformas provocam polêmica por mudarem drasticamente o resultado da balança comercial. No ano passado, foram 7 no Brasil. Sem elas, o País teria um déficit de US$ 6,7 bilhões, mas totalizou um saldo positivo, embora pequeno, de US$ 1 bilhão.
Em Pernambuco, o rombo histórico é que foi reduzido.
Há anos o Estado acumula um déficit comercial gigante. Ano passado, o buraco foi de US$ 4,832 bilhões. Mas sem a operação com plataformas seria ainda maior, de US$ 6 bilhões. Sem as plataformas, as exportações de Pernambuco estariam em queda pelo segundo ano consecutivo: 2013 teria um recuo de 2,38%.
Para se ter uma ideia do impacto das plataformas, a soma de todos os outros produtos exportados por Pernambuco, de uvas a baterias, de roupas a açúcar, representou US$ 836 milhões em 2013. É bom lembrar, só a P-62 bateu US$ 1,154 bilhão, o que fez o total exportado pelo Estado subir mais de 50%.
Em 2012, a exportação de plataformas, com a P-55, foi de US$ 404 milhões, enquanto todo o resto de produtos somou US$ 915 milhões. Naquele ano a P-55 saiu do Estaleiro Atlântico Sul e foi registrada na Holanda.
O governo informa que a fabricação das plataformas segue o cronograma e a concentração de entregas em 2013 refletiu decisões tomadas no passado. Elas são registradas em companhias com base internacional. O ministério esclarece que as operações seguem um regime aduaneiro especial chamado de Repetro, criado em 1999 para desonerar a exploração de petróleo e gás.