Eduardo ouve demandas de representantes do agronegócio
do Diário de Pernambuco
Área sensível da aliança entre Eduardo Campos e Marina Silva, o agronegócio é o foco da viagem que o pré-candidato à Presidência da República faz ao Sul do país. Ele está no Paraná nesta quarta-feira (23) e esteve em Santa Catarina nesta terça (22). Nos dois estados, ele visitou a região Oeste, onde a economia gira na produção de grãos, como milho, soja, trigo e feijão, e no processamento e exportação de carnes de suínos, aves e derivados. Ouviu as reivindicações de empresários e produtores e se reuniu com lideranças políticas.
Eduardo afirmou que, neste momento da pré-campanha, tem percorrido os estados para ouvir as demandas dos diversos setores produtivos para a construção do programa de governo. Para ele, há uma queixa comum do setor agroindustrial brasileiro, que é a “ausência do estado”. “Falta um olhar estratégico, de prioridade para o setor. Vim ouvir, sentir de perto e isso permite que seja construído um caminho conjunto”, disse o presidenciável em entrevista a uma rádio paranaense.
Entre as principais demandas do setor, estão a construção de ferrovias, de melhorias das rodovias, além da criação de alternativas de armazenamento da produção, com a construção de silos, armazéns. Eduardo lembrou, na entrevista, que o agronegócio gera 30% dos empregos no país e a exportação do setor é responsável por pagar as contas externas brasileiras.
Desde que formalizou a aliança com Marina Silva, Eduardo tem circulado entre representantes do agronegócio por causa da resistência deles à ex-ministra do Meio Ambiente. O ex-governador assegurou que vai construir o diálogo. Nas diretrizes para a elaboração do plano de governo, a atividade agropecuária é apresentada como essencial e responsável por alimentar o mercado interno e externo, mas que deve ser pensada pela ótica do desenvolvimento sustentável.
Visita
Eduardo Campos, durante a entrevista, voltou a tratar sobre o baixo índice de crescimento do Brasil, sobre a ameaça de novos protestos durante a Copa do Mundo e sobre a necessidade de realizar uma reforma tributária e um choque de gestão. “A primeira reforma que temos que fazer é do jeito de governar e fazer alianças no país. Temos que assumir um compromisso de quebrar o pacto político que está lá”, disse. O presidenciável repetiu que pretende colocar na oposição “aquelas pessoas que usam o Brasil sem servi-lo”. “Temos que vencer o fisiologismo, a política atrasada que comanda o Brasil”, completou.
Depois da entrevistas, o presidenciável participou de um evento da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop). A entidade reúne 52 municípios, com um PIB estimado de R$ 28 milhões. A Amop entregou um documento com algumas sugestões para o programa de governo do PSB, como a melhoria da logística para escoamento da produção da região e a revisão do pacto federativo. Em seguida, Eduardo falou sobre a mudança da Lei do ICMS e da criação do Fundo Estadual de Apoio aos Municípios (FEM).
Ainda no Paraná, o socialista almoçou com cerca de 300 empresários, numa atividade promovida pela Associação Comercial e Industrial de Cascavel. Ele ainda participou de uma palestra para 200 lideranças políticas na Câmara de Vereadores do município.