Depoimento de deficiente visual indica que foi vítima de preconceito por Secretária de Assistência Social
A dona de casa Luciene Siqueira está tendo que provar que não tem casa para ter direito a uma popular. Até aí não haveria espanto se o caso não fosse bem mais grave que parece: Luciene é portadora de necessidades especiais, anda com muita dificuldade por ser portadora de glaucoma, com menos de 20% da visão. Estava cadastrada para receber uma das casas do Conjunto Habitacional Laura Ramos, prestes a ser entregue segundo a prefeitura. Com esforço, diz ter conseguido dar sua contrapartida na construção das casas, um de seus pré-requisitos para ter direito ao imóvel.
Mas o pior vem por aí : segundo ela, com base em uma denúncia anônima de que teria um imóvel, está correndo para todo canto desesperada para provar não ter. A denúncia teria sido feita à Secretaria sabe-se lá porque. A própria lei tem uma máxima de que ao acusador cabe o ônus da prova. Mas é Luciene, com movimentos limitados e muita dificuldade de locomoção que está tendo que provar que não tem imóvel. Até assinaturas colheu de moradores da rua onde morava na casa dos pais na Cohab.
Sem ter mais a quem recorrer diante de tanta desinformação, procurou a Rádio Pajeú. Após sua denúncia, a produção do programa Manhã Total a encaminhou para a Secretaria de Assistência Social.
Hoje, voltou à emissora. Disse ter tido da Secretária Joana Darck – que é cotada para ser futuramente Secretária da Mulher – pouca preocupação em ouvir sua história. Disse Darck que caberia a ela buscar provar não ter imóvel. Ainda perguntou se a deficiente visual queria casa “ou ser locutora da Rádio Pajeú” por ter procurado a emissora para a denúncia. Ao final que a denunciante recorresse agora à Rádio e não mais à Secretaria para ter uma casa.
Mesmo no cenário mais extremo – o de que Luciene realmente não tenha direito a um imóvel, o tratamento dispensado por Joana foi no mínimo desumano, segundo seu relato. Com a palavra Joana e o prefeito José Patriota.
Nota da redação : a denunciante não chegou a acusar a Secretária diretamente de preconceito. A conclusão é do blog, após seu relato aqui descrito.