Campos fala em meta de 3% para inflação
O pré-candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, 48, detalhou a trajetória que deseja para a inflação no Brasil caso venha a ser eleito. Em 2015, manteria a meta em 4,5% ao ano. Nos três anos seguintes, forçaria uma queda para 4%, terminando o mandato sinalizando um percentual de 3%.
Em entrevista ao programa Poder e Política, da Folha e do “UOL”, o socialista disse que a meta de inflação de 3% seria fixada oficialmente para 2019. A definição desse percentual é responsabilidade do CMN (Conselho Monetário Nacional), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central, sempre com dois anos de antecedência.
Campos detalhou também sua proposta sobre independência do Banco Central. Se eleito, pretende patrocinar a aprovação de uma lei que dê um mandato de três anos ao presidente do BC, período pelo qual o chefe dessa autarquia não poderia ser demitido. Seria permitida apenas uma recondução.
O reajuste das tarifas de energia e combustíveis, represadas no atual governo, seria feito em até três anos, de maneira gradual, para não causar um impacto muito grande sobre a inflação.
Em terceiro lugar na pesquisa Datafolha (tem 10% das intenções de voto), o pré-candidato tenta encontrar uma brecha entre seus dois adversários diretos na disputa de outubro. Dilma Rousseff (PT) lidera a corrida presidencial com 38%. Aécio Neves (PSDB) tem 16%.
Campos se posiciona como um liberal na economia e na gestão do governo (para atrair eleitores tucanos), mas mantendo os gastos com programas sociais (acenando aos petistas). Na área de costumes, tem posições conservadoras –como quase todos os adversários.
Numa eventual gestão de Campos como presidente, ele promete manter a política de reajuste acima da inflação para o salário mínimo. O número de ministérios cairá para “15 a 20”. Agências reguladoras terão diretores escolhidos com a ajuda de recrutadores profissionais. O Bolsa Família será ampliado e terá algum reajuste no valor do benefício.
As regras atuais sobre aborto têm a aprovação de Campos. Ele é contra a liberalização da prática além do que a lei já autoriza. Também não defende reduzir a maioridade penal e nem tem simpatia por uma política de descriminalização da maconha.