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O blog e a história: quando Eduardo disse não a Lula

Publicado em Notícias por em 15 de agosto de 2021

Em 28 de junho de 2012

Após três horas de reunião com o ex-presidente Lula, em São Paulo, o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, voltou a Recife e comandou a cerimônia em que anunciou o nome do seu ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio de Melo, para candidato do PSB à prefeitura de Recife.

Geraldo terá mesmo o apoio do PMDB do ex-governador Jarbas Vasconcelos. A aliança de Campos com Jarbas — um dos maiores críticos do PT — abalou a relação de Lula e Campos, seu afilhado político, a quem tratava durante seu governo com um carinho quase paternal. O nome do vice de Geraldo deve ser anunciado nesta sexta-feira. Na quinta-feira à noite, dizia-se que seria o deputado estadual Luciano Siqueira (PCdoB).

Na reunião com Lula, Campos afastou a hipótese de candidatura própria em 2014, garantiu a manutenção do partido na base aliada da presidente Dilma Rousseff e minimizou o desgaste com o PT na eleição de Recife. Diante das especulações de que a relação entre ele e Lula estaria estremecida, o governador posou sorridente para fotos com o ex-presidente, e disse que a amizade entre eles “continua inabalada”.

“O presidente Lula entendeu que a nossa vontade era estar em um palanque único mas, que a despeito dos nossos desejos, isso não foi possível. A minha relação com Lula é de amigo, fraternal, e continua inabalada”, disse ele.

O governador reforçou ao ex-presidente que a indicação de um de seus secretários como candidato à prefeitura, descartando a aliança com o PT, nada altera a aliança no plano nacional. Pelas fileiras do PT, a informação que circula é que Campos teria interesse em formar o maior número de administrações municipais pelos país, a fim de se fortalecer para eventual campanha à sucessão de Dilma.

“Fomos levados pelas circunstâncias. Nada tem a ver com o plano nacional, mas com uma questão apenas de Recife — disse Campos, garantindo ter tido uma conversa amistosa com Lula”.

A decisão de Campos em lançar o ex-secretário Geraldo Júlio (PSB) à prefeitura de Recife, disputando a eleição contra o senador petista Humberto Costa, criou um impasse para as duas legendas. Costa tornou-se opção do PT após o partido tirar do páreo o atual prefeito João da Costa, que se candidataria à reeleição. A manobra política servia para garantir o apoio do PSB a Fernando Haddad, em São Paulo. Com a indicação de Geraldo, o PSB criou uma saia justa para o comando petista.

Nesta sexta-feira, o PT formaliza em convenção partidária o nome de Humberto Costa. Já o PSB define no sábado Júlio como o candidato oficial do partido. Costa afasta os rumores e diz que o PT estará unido. “O palanque do Lula e da Dilma é do PT. Se o PSB pensa que eles estarão em palanque duplo, o problema é deles”.

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