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Cerveró transferiu bens após início da investigação da Lava Jato, diz MP

Publicado em Notícias por em 15 de janeiro de 2015

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G1

O Ministério Público declarou que pediu a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró porque ele realizou operações financeiras consideradas suspeitas bem depois do início das investigações da Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro da Petrobras.

Dentre essas operações, estão as transferências de recursos de um plano de previdência privada para outro, da filha, e de imóveis a preços inferiores aos de mercado, também para filhos.

O advogado do ex-diretor afirmou que não há ilegalidade e que as movimentações financeira e imobiliária são “atos normais da vida civil”.

Logo depois de ter sido denunciado por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-diretor da Petrobras tentou resgatar quase R$ 500 mil do plano de previdência privada dele para transferir para outro plano de previdência, em nome da filha, Raquel Cerveró, mesmo alertado pelo banco de que perderia mais de R$ 100 mil por causa de impostos.

Para o Ministério Público federal, a única justificativa para uma perda de mais de 20% do dinheiro seria evitar o confisco de todo o investimento, em caso de condenação.

 Esse argumento foi decisivo para a Justiça acatar o pedido de prisão. Na decisão, o juiz diz que a tentativa de, tão logo oferecido a denúncia, sacar valores expressivos de fundo de previdência privada “é conduta absolutamente pouco usual para qualquer investidor, mas altamente compreensível para um denunciado”. E indica “o desejo claro de não se sujeitar à aplicação da lei”.

Essa não foi a única operação que chamou a atenção dos investigadores. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), identificou pelo menos cinco movimentações “atípicas” em que Cerveró fez saques na boca do caixa ou pagou apartamentos em dinheiro vivo.

A Polícia Federal também afirma que Nestor Cerveró realizou várias operações de compra e venda de imóveis nos últimos anos que, de acordo com as investigações, têm indícios de lavagem de dinheiro.

Entre 2002 e 2012, Cerveró comprou nove imóveis. Em junho do ano passado, cerca de três meses depois de iniciada a Operação Lava Jato, passou para o nome dos filhos três apartamentos, todos em Ipanema, bairro de classe alta na zona sul do Rio de Janeiro. De acordo com o que foi declarado no dia do negócio, um apartamento foi para o filho, Bernardo Cerveró, por R$ 200 mil, e outro para a filha, por R$ 160 mil. No mercado, imóveis nesse prédio valem mais de R$ 2,3 milhões – o que foi apurado pelo próprio Ministério Público.

Outro apartamento transferido para os filhos,  também em Ipanema, tem valor declarado de R$ 650 mil, mas duas corretoras consultadas afirmaram que esse preço está abaixo da média de mercado.

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